quinta-feira, 13 de maio de 2010

Temas Selecionados de Educação ll

Com base nas aulas estudadas e texto complementares lidos, vi que, as comunidades quilombolas brasileiras foram reconhecidas pelo governo na publicação do Artigo 68, no ADCT, Constituição de 1988, que, ao garantir-lhes a posse de terra, evocou questões socioeconômicas, espaciais, jurídicas e culturais, trazendo a representatividade dos quilombos à sociedade.


Tornando assim importante um novo olhar sobre a inserção do povo negro no sistema escolar, seja como receptor do conhecimento institucionalizado, seja como produtor da construção desse conhecimento. A história do negro, colocada à margem do processo histórico do país, reduz a importância do afrodescendente no processo civilizatório brasileiro.

Na década de 1950, os quilombolas desenvolveram uma estratégia de busca de acesso à educação formal, com imensa dificuldade, devido à localização de escolas em regiões de imigrantes europeus, onde o negro não tinha inserção. A escola deu um novo sentido de comunidade ao grupo.

Nas atividades desenvolvidas, durante o trabalho de campo, com os estudantes e professores da escola, foi possível perceber diferentes elementos a serem enfrentados para alcançar o ensino de qualidade. Entre os elementos importantes estão: a necessidade de relacionar o cotidiano das crianças e adolescentes, associado aos saberes da terra, com o conteúdo curricular proposto; e a importância em valorizar a auto-estima de professores e alunos da escola, associada à necessidade de ampliar a oferta do ensino fundamental e médio na comunidade colombiana.

O processo educacional nos quilombos atualmente é semelhante a outras comunidades isoladas no Brasil. A educação formal coloca-se como um dos elementos mais importantes para que a inclusão seja realmente efetiva, pois, apesar de não atingir toda a população do país, seus resultados têm reflexos no cotidiano e nos hábitos da população brasileira, de diversas formas e em diferentes ambiente sociais.

Como vimos durante os estudos, à educação informal eram transmitidos pelos moradores mais antigos do quilombo, o aprendizado com os mais velhos se dá inclusive no processo de edificação da comunidade, com o conhecimento de ofícios diversos, transmitidos pelos mais velhos aos mais novos: as atividades econômicas, os hábitos, danças e tradições religiosas, etc. - Enquanto a educação formal, precisa ter conhecimento do MEC e seguir uma proposta curricular e definições que nem sempre responde as necessidades e características dos remanescente, dificultando assim o aprendizado.

Machado (1999,p.76) afirma que”[...] todo processo de aprendizagem do homem se dá através de dois fatores: suas vivência e suas simbolizações.

Muitos estudiosos apontam a ausência e distorção da imagem do negro nos livros didáticos..., como descaracterização da sua história, e de seus valores, etc. Visando combater situações como esta, que o movimento negro e demais segmentos sociais vêm desde da década de 70, exigindo mudanças do governo brasileiro, com respeito ao povo negro, em 2003, foi sancionada a lei 10.639 que altera a lei 9394-06 , estabelecendo assim, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Ético – Racionais para o Ensino de História e Cultura Afro- Brasileira e Africana (Brasil, 2004). Estabelecendo assim importantes mudanças nos currículos e práticas escolares.

02 – O Art. 7º da Lei 8069/90, esse contexto fala dos direitos da criança e adolescente, mas a nossa realidade no Brasil é outra completamente diferente, vimos crianças morando em rua, sendo explorada, passando fome, fora da sala de aula,trabalhando. Pesquisas mostram um grande número de menores em situações de risco social e pessoal, apesar desse numero ter baixado nos últimos anos, ainda precisa de muita atenção dos nossos governantes, olhar pelas nossas crianças, e fazer valer a lei citada acima. Como vimos à invisibilidade da desigualdade social é muito grande, a sociedade em geral deve rever valores.

Como professores, pais, amigos, vizinhos, devemos lutar para que na nossa escola, na nossa família, na nossa sociedade, essas crianças tenham os seus diretos respeitados. Devido à realidade do Brasil, de crianças e adolescente em situação de risco, que muitas vezes os professores ficam de pés e mãos atada, por falta de estimulo de muitas instituições.

A baixa auto-estima dos professores leva a um processo complexo e muito negativo, com influência em todos os campos da vida. No ambiente escolar, este aspecto se revela, entre outras formas, pela falta de estímulo de estudantes e professores no processo de ensino-aprendizagem. Os professores não contam com um processo de formação continuada que os oriente em sua ação pedagógica, sobretudo para lidar com a temática das relações étnico-raciais e sociais. Para que esses professores, possam tratar de assuntos referentes às relações étnico-raciais, e grande desigualdades sociais, é necessário que eles trabalhem a sua auto-estima, identificando os seus próprios valores, o que sentem ao viverem em uma sociedade racista, e tão miserável e como elaborar sentimento para enfrentar a discriminação, no meio social.

Estas questões são complexas e difíceis de serem enfrentadas por qualquer pessoa adulta, e para estas crianças e adolescentes torna-se ainda mais difícil.

Nesse processo de ruptura com os principais elementos que constituem a identidade desses estudantes, a saber: família, comunidade e modo de vida tradicional, eles se deparam com um mundo novo e organizado por elementos diferentes dos seus.

Situações como esta ocorrem com jovens que vivem no meio rural em diferentes regiões do Brasil, mas a questão da discriminação racial é um elemento vivenciado mais intensamente pela população negra e também pelos quilombolas e, portanto, deve ser abordado nas escolas, contribuindo assim para a construção de sujeitos sociais críticos e conscientes de sua importância na sociedade.

A educação no Brasil é um fator complexo de ser discutido, em diferentes âmbitos. A questão da diversidade real e efetiva nos enfoques educacionais e curriculares necessita, assim, de uma ampla discussão em diferentes esferas, e nas comunidades quilombolas e com crianças em condições de risco, isso não é diferente.


03- Denominamos como Alternativas as experiências que se constituem como uma opção político- pedagógica de educação democrática, direcionada para a transformação social.

Apoiadas em Mendoza (2001), compreendemos como experiências educacionais alternativas as práticas originadas por iniciativa de famílias, de comunidades, e de instituições que têm projeto pedagógico e político claros, reguladas no respeito e confiança, que ousam/ousaram perseguir um novo paradigma para a relação pedagógica e os conteúdos de ensino, acolhendo e articulando-se á cultura e aos saberes do sujeito em formação e se opuseram ao modelo vigente, caracterizado como vertical e centralizador.

Os seus objetivos eram: ser identificadas, desenvolvidas, principalmente, em organizações de natureza variada (públicas, privadas e do terceiro setor), aparecendo assim, no âmbito escolar e em vários lugares e épocas.

No século xx, na década de 90, a confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT percebeu que é preciso combater a precariedade das condições de trabalho e desemprego em nosso país, causadas, principalmente, pela conjuntura econômico-social mundial. Com isso surgiu o Programa Integrar. Buscando assim criar alternativas de formação e (re) qualificação para o trabalho, bem como para a geração de emprego e renda a exclusão social.

Os principais objetivos do Projeto Integrar são:

• Assegurar a jovens e adultos trabalhadores, excluídos do Sistema Formal de Educação, uma oportunidade educacional apropriada, conjugando formação profissional e certificação, permitindo sua reinserção no sistema produtivo e na sociedade em geral;

• Certificar, em nível de escolaridade correspondente ao definido para o sistema regular de ensino...;

• Assegurar a adultos trabalhadores excluídos do Sistema Formal de Educação, uma oportunidade educacional apropriada...;

• Construir propostas e alternativas metodológicas de ensino, considerando a necessidade de superação da prática de cursos isolados e dispersos...;

• Contribuir na formação da cidadania, capacitando os desempregados para o exercício pleno de seus direitos;

• Capacitar e organizar os desempregados para desenvolver e participar de Projeto de geração de emprego e renda numa perspectiva solidária de desenvolvimento sustentável;

• Romper a dicotomia existente entre o tempo de preparo (formação) e o tempo de fazer (trabalho), realizando, assim, a formação integral do ser humano ao possibilitar, desde já, intervenções mais qualificadas nos múltiplos espaços em que atua...;

• Ressignifi car a relação do adulto trabalhador com os conhecimento sistematizado, articulando-os aos saberes adquirido anteriormente...;

• Contribuir, no âmbito didático-pedagógico, para a constituição de práticas sociais cooperativa s, com vista a instaurar modelos auto-sustentável de geração e organização dos mundos do trabalho.

Percebemos o quanto é amplo os objetivos desse projeto, e como são significativos, mas acredito que todos juntos, um dia o Brasil chega lá.





                                                                                                 Maria Rozelha Rodrigues do n. Magno.
                                                                                                                         Porto Seguro – BA – 2010/25/04

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