quinta-feira, 13 de maio de 2010

Corporeidade e Educação

01 - A escola é um lugar onde diariamente convivem pessoas com diferentes


características, educações, religiões e personalidades. Entre tantas diferenças é natural que

surjam divergências das mais diversas espécies. É imprescindível, então, a boa administração dos problemas que venham a surgir para que a harmonia e o respeito estejam presentes no ambiente escolar e não interfiram no processo de ensino-aprendizagem

A mediação possibilita a transformação da cultura do conflito em cultura do diálogo

na medida em que estimula a resolução dos problemas pelas próprias partes. A valorização

das pessoas é um ponto importante, uma vez que são elas os atores principais e responsáveis pela resolução da divergência.

A mediação tenta mostrar que as divergências são naturais e necessárias, pois

possibilitam o crescimento e as mudanças. Base da mediação escolar é a mesma – diálogo e solidariedade humana, ela foi adaptada para ser desenvolvida dentro das escolas, de acordo com suas características. Aqui, os mediadores são os próprios atores escolares que tentarão resolver e bem administrar os conflitos que surgem dentro das instituições de ensino.

Maria do Céu Lamarão Battaglia (2004) argumenta que:

considerando a escola como instituição que objetiva a educação cultural e

social do homem, a mediação escolar se coloca como um

convite à aprendizagem e ao aperfeiçoamento da habilidade de cada

um na negociação e na resolução de conflitos, baseada no modelo

‘ganha-ganha’, onde todas as partes envolvidas na questão saem

vitoriosas e são contempladas nas resoluções tomadas.

Então a mediação escolar se caracteriza por possibilitar, dentro da escola, a educação em valores, a educação para a paz e uma nova visão acerca dos conflitos. A violência, tão presente no meio escolar na atualidade, acaba destruindo os vínculos existentes entre as pessoas, tornando-as cada vez mais individualistas e indiferentes à existência do próximo. A mediação praticada nas escolas possibilita a todos os seus atores uma educação em valores. Ela desenvolve entre as partes a tolerância, o respeito às diferenças, a solidariedade, colaborando ainda para o surgimento da igualdade, da justiça, do desenvolvimento humano e contribui para a construção de uma democracia mais participativa.

As pessoas não nascem sendo tolerantes, solidárias, e respeitosas, elas necessitam ser educadas para agirem assim. A mediação, por suas características de diálogo pacífico, ativa respeito ao próximo e solidariedade, possibilita que as partes envolvidas no conflito, em especial as crianças e os adolescentes que ainda estão em fase de formação, sejam educadas nesses valores e cresçam praticando-os.

A mediação escolar, quando realizada com os jovens, tem como objetivo desenvolver

uma comunidade na qual os alunos desejem e sejam capazes de praticar uma comunicação

aberta; ajuda os alunos a desenvolverem uma melhor compreensão da natureza dos

sentimentos, capacidades e possibilidades humanas; contribui para que os alunos

compartilhem seus sentimentos e sejam conscientes de sua qualidades e dificuldades;

possibilita aos alunos desenvolver autoconfiança em suas próprias habilidades; e desenvolver

no aluno a capacidade de pensar criativamente sobre os problemas e a começar a prevenir e

solucionar os conflitos.

A mediação escolar, apresentando práticas que permitem o bem-estar por meio do

diálogo, representa, portanto, um excelente mecanismo para promover a inclusão e a

pacificação, sempre por meio da comunicação participativa, dando voz e vez aos excluídos.

Todos nós temos uma história de vida, com características pessoais e crenças arraigadas. Nós professores ao analisarmos e verificarmos as nossas posições temos que ter por base, a justiça e a ética.



02 – Como vimos na imagem nós, querendo ou não, convivemos o tempo todo com o diferente; precisamos, nos adaptarmos e respeitarmos às diferencias. Falando de “respeito às diferenças”, nada melhor do que elaborar uma atividade sobre este tema.

Só assim se consegue afastar o fantasma do preconceito e formar jovens mais tolerantes
Atividade
Tema: Aceitação da diversidade; direitos humanos, direitos de cidadania e pluralidade;
Componente Curricular
Pluralidade Cultural
Modalidade / Nível de Ensino
Ensino Fundamental;
Faixa etária;
10 anos em diante;
Objetivo: Conhecer as várias etnias e culturas, valorizá-las e respeitá-las. Repudiar a discriminação baseada em diferenças de raça, religião, classe social, nacionalidade e sexo. Reconhecer as qualidades da própria cultura, exigir respeito para si e para os outros;
Discutir sobre o preconceito e suas raízes na cultura brasileira partindo da abolição no Brasil; Aprender sobre o que o Código penal diz sobre racismo. Discutir o artigo 5º da Constituição Brasileira.
Duração das atividades;
Uma seqüência de atividades de 6 aulas de 50 minutos ;
Como chegar lá: Procure em sua disciplina elementos que propiciem o desenvolvimento de atividades ligadas ao tema. Fique atento ao que acontece na sala de aula, na escola e na comunidade e que se caracterize como estereótipo, discriminação ou preconceito. Identifique outros elementos na mídia. Os dois caminhos facilitam a discussão em classe; Não tenha medo de trocar idéias com os colegas, pois o tema é delicado mesmo ( criar) Ações que valorizem as diferentes etnias e culturas devem, sim, fazer parte do dia-a-dia de todos . Mas isso não é tudo. É preciso (criar meios para) que os alunos aprendam a repudiar todo e qualquer tipo de discriminação, seja ela baseada em diferenças de cultura, raça, classe social, nacionalidade, idade ou preferência sexual, entre outras tantas. "A Pluralidade Cultural é uma área do conhecimento", lembra de incluir o tema no planejamento. "Cultive o hábito de ouvir as pessoas e desenvolva projetos pedagógicos com propostas que tenham por base questões presentes no cotidiano das relações sociais." Quem adota essa prática com estudantes que sofrem com o preconceito garante: a agitação da turma diminui, todos se aproximam do professor e os mecanismos de ensino e aprendizagem são facilitados.



Orientações ao professor

É fundamental que o professor estabeleça combinados com a classe para discutir o tema, para que não haja constrangimento entre eles.

• Converse com os alunos que o disparador para a discussão do tema em pauta serão alguns vídeos de uma campanha chamada: Onde você guarda o seu racismo, que demonstra vários depoimentos sobre racismo.

• A cada depoimento debata com os alunos suas opiniões, reflexões, o momento de debate: compartilha, suscita, desafia o aluno a pensar sobre as questões propostas. Estabeleça combinados para que cada um possa se expressar e todos possam ouvir.

• Levante com os alunos filmes, músicas e livros que conhecem que abordam o tema, estimule que as fontes de pesquisa sejam utilizadas. Para tal, professor, tenha uma lista para repertoriar os alunos. Seguem algumas sugestões.

Estimule os alunos a lerem as histórias sobre o tema, jornais e trocarem suas impressões sobre os mesmos.

Caso seja possível, utilize os recursos de internet para enriquecer as pesquisas, troca de e-mail para uma entrevista com algum pesquisador sobre discriminação racial, um advogado que pode esclarecer dúvidas legais, etc.

É fundamental que o professor assista novamente cada um dos filmes elencados pelos alunos para análise. Faça um registro de suas impressões e reflexões para se necessário fortalecer o debate entre os alunos.



Seqüência didática:

1. Discutir sobre a abolição, a escravidão e as conseqüências históricas desta fase para a população brasileira afro-descendente como recurso utilize

2. Lançar questões para pesquisa tais como:

- O que é Intolerância?

- O que é Xenofobia?

- O que é Preconceito?

- O que é Estereótipos?

- O que é Discriminação?

- O que é Racismo Aberto e Oculto?

3 Faça uma seleção de filmes e peça para em casa o aluno assistir e relatar por escrito, como o racismo e o preconceito se manifestam no filme. Como os alunos poderão escolher filmes diferentes, isso pode estimular uns aos outros a também assistirem o filme relatado pelo colega. Depois na sala de aula, peça para os alunos que assistiram aos mesmos filmes se reunirem e debaterem no pequeno grupo, seus registros e relacionar com os termos estudados na pesquisa. Os alunos devem posteriormente socializar a opinião do grupo e suas reflexões com a classe toda.

4 Peça para os alunos fazerem uma pesquisa de quantos empregados domésticos há nas novelas e quantos destes são negros e produzam uma tabela e um gráfico; Debata sobre a situação do negro no mercado de trabalho. Os alunos podem pesquisar artigos sobre o assunto na Internet e socializar as descobertas.

5 Discutir sobre a relação pobreza e discriminação racial.

6 Apresente o 5º Artigo da Constituição Brasileira e discuta seu significado para nossa sociedade. http://www.culturabrasil.org/artigo5.htm



7. Discutir as punições para a discriminação no Código Penal.

8. Tocar a música- Dias Melhores do grupo Jota Quest e conversar com os alunos sobre medidas efetivas que eles podem adotar para combater o racismo na escola e na comunidade.

9. Lançar uma campanha contra o preconceito na escola e na comunidade.

10. Divida a classe em grupos e peça que cada equipe prepare uma forma de denunciar o preconceito, podem ser elaboração músicas ou paródias, representação de trechos de filmes, peça teatral, uma poesia, etc. enfim um Festival contra o preconceito. Convide a comunidade e faça um ciclo de debates entre a comunidade escolar e do entorno.



Sugestão de filmes que abordam a tema estudado:

Homens de Honra

A Incrível História da Mulher que Mudou de Cor

Quase Deuses

Quanto vale ou é por quilo?

Cronicamente inviável

Tempo de matar

Duelo de Titãs

A outra história americana

Cidade de Deus

Diamante de sangue

Escritores da Liberdade

Ao mestre com carinho

Músicas

Racismo é burrice- Gabriel Pensador http://letras.terra.com.br/gabriel-pensador/137000/

Dias melhores Jota quest- http://vagalume.uol.com.br/jota-quest/dias-melhores.html

É imprescindível que o professor assista ao filme antes de indicá-lo para verificar se ele é apropriado para seus alunos.



Lutar contra o preconceito é uma decisão que precisa ser incorporadas pelo coletivismo, não é uma responsabilidade só de quem é discriminado, e sim de toda a sociedade.



                                                                                                                      Maria Rozelha Rodrigues do N. Magno.


                                                                                                                      Porto Seguro – BA.

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