quinta-feira, 13 de maio de 2010

Corporeidade e Educação

01 - A escola é um lugar onde diariamente convivem pessoas com diferentes


características, educações, religiões e personalidades. Entre tantas diferenças é natural que

surjam divergências das mais diversas espécies. É imprescindível, então, a boa administração dos problemas que venham a surgir para que a harmonia e o respeito estejam presentes no ambiente escolar e não interfiram no processo de ensino-aprendizagem

A mediação possibilita a transformação da cultura do conflito em cultura do diálogo

na medida em que estimula a resolução dos problemas pelas próprias partes. A valorização

das pessoas é um ponto importante, uma vez que são elas os atores principais e responsáveis pela resolução da divergência.

A mediação tenta mostrar que as divergências são naturais e necessárias, pois

possibilitam o crescimento e as mudanças. Base da mediação escolar é a mesma – diálogo e solidariedade humana, ela foi adaptada para ser desenvolvida dentro das escolas, de acordo com suas características. Aqui, os mediadores são os próprios atores escolares que tentarão resolver e bem administrar os conflitos que surgem dentro das instituições de ensino.

Maria do Céu Lamarão Battaglia (2004) argumenta que:

considerando a escola como instituição que objetiva a educação cultural e

social do homem, a mediação escolar se coloca como um

convite à aprendizagem e ao aperfeiçoamento da habilidade de cada

um na negociação e na resolução de conflitos, baseada no modelo

‘ganha-ganha’, onde todas as partes envolvidas na questão saem

vitoriosas e são contempladas nas resoluções tomadas.

Então a mediação escolar se caracteriza por possibilitar, dentro da escola, a educação em valores, a educação para a paz e uma nova visão acerca dos conflitos. A violência, tão presente no meio escolar na atualidade, acaba destruindo os vínculos existentes entre as pessoas, tornando-as cada vez mais individualistas e indiferentes à existência do próximo. A mediação praticada nas escolas possibilita a todos os seus atores uma educação em valores. Ela desenvolve entre as partes a tolerância, o respeito às diferenças, a solidariedade, colaborando ainda para o surgimento da igualdade, da justiça, do desenvolvimento humano e contribui para a construção de uma democracia mais participativa.

As pessoas não nascem sendo tolerantes, solidárias, e respeitosas, elas necessitam ser educadas para agirem assim. A mediação, por suas características de diálogo pacífico, ativa respeito ao próximo e solidariedade, possibilita que as partes envolvidas no conflito, em especial as crianças e os adolescentes que ainda estão em fase de formação, sejam educadas nesses valores e cresçam praticando-os.

A mediação escolar, quando realizada com os jovens, tem como objetivo desenvolver

uma comunidade na qual os alunos desejem e sejam capazes de praticar uma comunicação

aberta; ajuda os alunos a desenvolverem uma melhor compreensão da natureza dos

sentimentos, capacidades e possibilidades humanas; contribui para que os alunos

compartilhem seus sentimentos e sejam conscientes de sua qualidades e dificuldades;

possibilita aos alunos desenvolver autoconfiança em suas próprias habilidades; e desenvolver

no aluno a capacidade de pensar criativamente sobre os problemas e a começar a prevenir e

solucionar os conflitos.

A mediação escolar, apresentando práticas que permitem o bem-estar por meio do

diálogo, representa, portanto, um excelente mecanismo para promover a inclusão e a

pacificação, sempre por meio da comunicação participativa, dando voz e vez aos excluídos.

Todos nós temos uma história de vida, com características pessoais e crenças arraigadas. Nós professores ao analisarmos e verificarmos as nossas posições temos que ter por base, a justiça e a ética.



02 – Como vimos na imagem nós, querendo ou não, convivemos o tempo todo com o diferente; precisamos, nos adaptarmos e respeitarmos às diferencias. Falando de “respeito às diferenças”, nada melhor do que elaborar uma atividade sobre este tema.

Só assim se consegue afastar o fantasma do preconceito e formar jovens mais tolerantes
Atividade
Tema: Aceitação da diversidade; direitos humanos, direitos de cidadania e pluralidade;
Componente Curricular
Pluralidade Cultural
Modalidade / Nível de Ensino
Ensino Fundamental;
Faixa etária;
10 anos em diante;
Objetivo: Conhecer as várias etnias e culturas, valorizá-las e respeitá-las. Repudiar a discriminação baseada em diferenças de raça, religião, classe social, nacionalidade e sexo. Reconhecer as qualidades da própria cultura, exigir respeito para si e para os outros;
Discutir sobre o preconceito e suas raízes na cultura brasileira partindo da abolição no Brasil; Aprender sobre o que o Código penal diz sobre racismo. Discutir o artigo 5º da Constituição Brasileira.
Duração das atividades;
Uma seqüência de atividades de 6 aulas de 50 minutos ;
Como chegar lá: Procure em sua disciplina elementos que propiciem o desenvolvimento de atividades ligadas ao tema. Fique atento ao que acontece na sala de aula, na escola e na comunidade e que se caracterize como estereótipo, discriminação ou preconceito. Identifique outros elementos na mídia. Os dois caminhos facilitam a discussão em classe; Não tenha medo de trocar idéias com os colegas, pois o tema é delicado mesmo ( criar) Ações que valorizem as diferentes etnias e culturas devem, sim, fazer parte do dia-a-dia de todos . Mas isso não é tudo. É preciso (criar meios para) que os alunos aprendam a repudiar todo e qualquer tipo de discriminação, seja ela baseada em diferenças de cultura, raça, classe social, nacionalidade, idade ou preferência sexual, entre outras tantas. "A Pluralidade Cultural é uma área do conhecimento", lembra de incluir o tema no planejamento. "Cultive o hábito de ouvir as pessoas e desenvolva projetos pedagógicos com propostas que tenham por base questões presentes no cotidiano das relações sociais." Quem adota essa prática com estudantes que sofrem com o preconceito garante: a agitação da turma diminui, todos se aproximam do professor e os mecanismos de ensino e aprendizagem são facilitados.



Orientações ao professor

É fundamental que o professor estabeleça combinados com a classe para discutir o tema, para que não haja constrangimento entre eles.

• Converse com os alunos que o disparador para a discussão do tema em pauta serão alguns vídeos de uma campanha chamada: Onde você guarda o seu racismo, que demonstra vários depoimentos sobre racismo.

• A cada depoimento debata com os alunos suas opiniões, reflexões, o momento de debate: compartilha, suscita, desafia o aluno a pensar sobre as questões propostas. Estabeleça combinados para que cada um possa se expressar e todos possam ouvir.

• Levante com os alunos filmes, músicas e livros que conhecem que abordam o tema, estimule que as fontes de pesquisa sejam utilizadas. Para tal, professor, tenha uma lista para repertoriar os alunos. Seguem algumas sugestões.

Estimule os alunos a lerem as histórias sobre o tema, jornais e trocarem suas impressões sobre os mesmos.

Caso seja possível, utilize os recursos de internet para enriquecer as pesquisas, troca de e-mail para uma entrevista com algum pesquisador sobre discriminação racial, um advogado que pode esclarecer dúvidas legais, etc.

É fundamental que o professor assista novamente cada um dos filmes elencados pelos alunos para análise. Faça um registro de suas impressões e reflexões para se necessário fortalecer o debate entre os alunos.



Seqüência didática:

1. Discutir sobre a abolição, a escravidão e as conseqüências históricas desta fase para a população brasileira afro-descendente como recurso utilize

2. Lançar questões para pesquisa tais como:

- O que é Intolerância?

- O que é Xenofobia?

- O que é Preconceito?

- O que é Estereótipos?

- O que é Discriminação?

- O que é Racismo Aberto e Oculto?

3 Faça uma seleção de filmes e peça para em casa o aluno assistir e relatar por escrito, como o racismo e o preconceito se manifestam no filme. Como os alunos poderão escolher filmes diferentes, isso pode estimular uns aos outros a também assistirem o filme relatado pelo colega. Depois na sala de aula, peça para os alunos que assistiram aos mesmos filmes se reunirem e debaterem no pequeno grupo, seus registros e relacionar com os termos estudados na pesquisa. Os alunos devem posteriormente socializar a opinião do grupo e suas reflexões com a classe toda.

4 Peça para os alunos fazerem uma pesquisa de quantos empregados domésticos há nas novelas e quantos destes são negros e produzam uma tabela e um gráfico; Debata sobre a situação do negro no mercado de trabalho. Os alunos podem pesquisar artigos sobre o assunto na Internet e socializar as descobertas.

5 Discutir sobre a relação pobreza e discriminação racial.

6 Apresente o 5º Artigo da Constituição Brasileira e discuta seu significado para nossa sociedade. http://www.culturabrasil.org/artigo5.htm



7. Discutir as punições para a discriminação no Código Penal.

8. Tocar a música- Dias Melhores do grupo Jota Quest e conversar com os alunos sobre medidas efetivas que eles podem adotar para combater o racismo na escola e na comunidade.

9. Lançar uma campanha contra o preconceito na escola e na comunidade.

10. Divida a classe em grupos e peça que cada equipe prepare uma forma de denunciar o preconceito, podem ser elaboração músicas ou paródias, representação de trechos de filmes, peça teatral, uma poesia, etc. enfim um Festival contra o preconceito. Convide a comunidade e faça um ciclo de debates entre a comunidade escolar e do entorno.



Sugestão de filmes que abordam a tema estudado:

Homens de Honra

A Incrível História da Mulher que Mudou de Cor

Quase Deuses

Quanto vale ou é por quilo?

Cronicamente inviável

Tempo de matar

Duelo de Titãs

A outra história americana

Cidade de Deus

Diamante de sangue

Escritores da Liberdade

Ao mestre com carinho

Músicas

Racismo é burrice- Gabriel Pensador http://letras.terra.com.br/gabriel-pensador/137000/

Dias melhores Jota quest- http://vagalume.uol.com.br/jota-quest/dias-melhores.html

É imprescindível que o professor assista ao filme antes de indicá-lo para verificar se ele é apropriado para seus alunos.



Lutar contra o preconceito é uma decisão que precisa ser incorporadas pelo coletivismo, não é uma responsabilidade só de quem é discriminado, e sim de toda a sociedade.



                                                                                                                      Maria Rozelha Rodrigues do N. Magno.


                                                                                                                      Porto Seguro – BA.

Uma História em Construção

História, Ciências, Saúde-Manguinhos


Print version ISSN 0104-5970

Hist. cienc. saude-Manguinhos vol.14 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2007


doi: 10.1590/S0104-59702007000400012


ANÁLISE

Reforma curricular e pesquisa na graduação em odontologia: uma história em construção

Curriculum reform and research in dentistry at the undergraduate level: history under construction

Luciana Ávila MaltagliatiI; Paulete GoldenbergII

Ilumaltagliati@uol.com.br

IIpauletegolden@hotmail.com

Programa de Pós-graduação em Ensino Superior em Ciências da Saúde da Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de São Paulo Rua Salete 200, 4º andar, conj. 42 02016-001 São Paulo – SP – Brasil


RESUMO

Aborda a trajetória da pesquisa na graduação em odontologia, no âmbito da organização curricular. Com base em publicações impressas e eletrônicas, nacionais e internacionais, o estudo delimitou, como marcos de periodização, a institucionalização do ensino superior em odontologia, a reforma universitária e a promulgação das Diretrizes Curriculares. Constata-se a preocupação com a pesquisa desde a criação dos cursos superiores de odontologia, e que sua instalação no âmbito da pós-graduação, respaldada pela reforma universitária, indica preocupação com a instrução científica na graduação. Em anos recentes, as Diretrizes Curriculares redimensionara o espaço da pesquisa, preconizando alterações curriculares abertas à possibilidade de sua consideração como princípio educativo.

Palavras-chave: pesquisa e currículo; currículo de odontologia; reforma curricular; Brasil.

ABSTRACT

Approaching from the perspective of curriculum organization, the article examines the development of undergraduate research in dentistry. Based on Brazilian and international printed or electronic publications, the authors examine the institutionalization of higher education in dentistry, university reform, and the enactment of Curriculum Guidelines. From the earliest days of higher education in dentistry, there has been a concern with research. But Brazil's university reform assigned research to graduate studies and scientific instruction to undergraduate studies. In recent years, Curriculum Guidelines have reconsidered the position of research and have recommended changes that allow research to be viewed as an educational principle.

Keywords: research and curriculum; dentistry curriculum; curriculum reform, Brazil.

As Diretrizes Curriculares, promulgadas em 2002, contemplam a revalorização da pesquisa no currículo de graduação. Incidindo num movimento de abertura à diversificação organizacional universitária, elas demarcam uma inflexão em relação ao modelo único de proposta de ensino acadêmico.

De acordo com Castanho (2000, p.88), muitos estão apostando na "mudança de velhas práticas, em um ensino que privilegie a produção do conhecimento por parte dos alunos", o que implica uma revisão da ótica pedagógica. A propósito, Bertolami (2002) distingue pesquisa de instrução científica, ressaltando que a educação pela pesquisa constitui um caminho para alcançar o rigor intelectual necessário para a profissão. Segundo Demo (2005), essa forma de lidar com o conhecimento, formal e politicamente, nos leva a reconhecer a "pesquisa como princípio educativo" (p.78).

Para Edmunds (2005), a maioria dos currículos odontológicos não permite aos estudantes tempo suficiente para experiências substanciais em pesquisa, sendo necessário uma melhor estruturação das ciências básicas nos dois primeiros anos do curso, a fim de diminuir conteúdos redundantes.

Um novo modelo curricular norteado pela pesquisa, segundo Iacopino, Lynch e Taft (2004), deveria propiciar uma cultura institucional voltada para a valorização da descoberta científica e o estímulo à carreira de pesquisador. Citando exemplos da literatura, os autores referem que a organização curricular, nesses casos, envolveria condições de treinamento e exercício em pesquisa, numa estrutura modular, multi e interdisciplinar, integrando as ciências básicas e clínicas, de forma a significar, na formação do aluno, a realização de uma prática baseada em evidência.

Muito embora a literatura internacional odontológica revele sugestões curriculares voltadas para adaptações que remetem à prática da problematização, ou sugira currículos envolvendo transformações integrais, sob a denominação de PBL (Problem Based Learning), permanecem dúvidas, segundo Sursala et al. (2004), quanto à efetividade dessas metodologias para impulsionar os estudantes à produção científica. Ao discutir a formação dos profissionais em saúde, Batista et al. (abr. 2005) apontam, a propósito do dinamismo contemporâneo da reorganização e produção das ciências, para a "demanda de aprofundamento sobre teorias educacionais que respaldem os princípios da aprendizagem significativa, da função docente mediadora e da pesquisa como princípio educativo" (p.231).

Diante da história recente de implantação da pesquisa no país, questiona-se como se estruturam as propostas de sua inclusão no âmbito das reformas curriculares. Nesse sentido se inscreve nossa preocupação com a trajetória da pesquisa na graduação de odontologia, considerando as proposições legislativas e a amplitude que suas interpretações encerram.



Metodologia

Sem pretender realizar uma investigação histórica propriamente dita, o presente trabalho comportou um levantamento da cronologia de instalação e desenvolvimento do ensino superior de odontologia em São Paulo, paralelamente às mudanças das disposições legais, ressaltando-se a incorporação das atividades de pesquisa nas organizações curriculares.

Levando em conta as transformações do quadro geral de desenvolvimento da sociedade, ao lado da organização da categoria profissional, consideramos a relevância dos diferentes atores sociais envolvidos na incorporação da pesquisa ao ensino. Diante de tais disposições, utilizamos para efeito de periodização: a institucionalização do ensino superior em odontologia (1899), a reforma universitária (1968) e a promulgação das Diretrizes Curriculares para os cursos de odontologia (2002).

Ao traçar essa trajetória, recorremos a publicações impressas e eletrônicas. Ao lado dos livros disponibilizados, foram investigados o Journal of Dental Education, o European Journal of Dental Education, que são as revistas das associações americana e européia: American Dental Education Association e European Association for Dental Education, respectivamente e a Revista da Abeno, revista da Associação Associação Brasileira de Ensino Odontológico. Entre os sites visitados destacam-se: http://naeg.prg.usp.br/infousp/usp/estatuto.phtml, abeno.org.br; e http://www.mec.gov.br.



Resultados e discussão

Emergência do ensino acadêmico de odontologia

À época da regulamentação da profissão, em 1856 (Fernandes Neto, s.d.), os 'práticos' aprendiam seu ofício com o 'mestre-artesão' e atendiam aos segmentos menos favorecidos da população. A população mais abastada era assistida por dentistas com formação universitária, principalmente franceses ou nativos formados no exterior, que recebiam o título de cirurgião dentista da Casa Imperial (Carvalho, 1994).

Novas exigências sociais se impuseram no contexto político-econômico que se estruturou em torno da cultura do café e do desenvolvimento industrial nascente, entre o final do século XIX e o início do século XX. Nesse cenário, em 11 de fevereiro de 1899 fundou-se a primeira faculdade de odontologia do estado de São Paulo, de iniciativa privada – a Escola Livre de Farmácia e Odontologia –, a qual seria incorporada à Universidade de São Paulo na década de 1930 (Carvalho, 1994).

A criação da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas em 1906, voltada para a regulamentação da profissão, na luta da categoria pelo monopólio do exercício profissional, afirmava sua identidade universitária. Esse processo acabou estimulando a expansão da rede privada de ensino e suscitando críticas quanto ao seu caráter mercantil (Lima, 1958, citado em Carvalho, 1994).

O relatório Dental education in United States and Canadá (Gies, 1926), tendo por referência a área médica, defendia a constituição de um curso independente que se inscrevia num movimento "contra a ignorância, a comercialização [do ensino] e o charlatanismo" (p.7). Acentuava a relação entre as duas áreas e o compromisso de ambas com a saúde pública, e preconizava a formação fundamentada na ciência, com adequado treinamento. Incluindo o ensino das áreas básicas, o curso de odontologia comportaria três anos de treinamento e um ano, opcional, de especialização, o que daria condições para o desenvolvimento tecnológico e científico da prática profissional.

No contexto do desenvolvimento econômico-industrial do país, sob o modelo de substituição de importações efetivou-se o esforço de revisão do percurso educacional. Segundo Zotti (2004, p.88), durante "o período de 1931 a 1937 se instaura um amplo debate político e educacional entre católicos, liberais e governistas sobre a direção que deveria ser dada à educação brasileira". Em 14 de novembro de 1930, o decreto 19.402 instituiu o Ministério da Educação e Saúde Pública, e sob a gestão de Francisco Campos (1930-1932) definiram-se as diretrizes para a organização dos cursos superiores, sendo criado o Conselho Nacional da Educação.

O currículo do curso superior de odontologia vigente no ensino privado, com apenas dois anos de duração, era alvo de críticas não só pela ausência das 'humanidades', mas também pelas falhas na área das 'ciências' (Caiuby, fev.-mar. 1931, citado em Pace, 2001). Estruturaram-se, nessas circunstâncias, a proposta de inclusão de algumas disciplinas clínicas e de aumento da duração do curso. O decreto 19.851, de 11 de abril de 1931, fixou em três anos a duração da graduação, exigindo o curso ginasial como requisito para ingresso; o decreto 20.179, de 6 de julho de 1931, definiu em tais bases o padrão mínimo do currículo odontológico, no Brasil (Fernandes Neto, s.d.).

Paralelamente às discussões a respeito do ensino superior na década de 1930, a categoria odontológica discutia a regulamentação da profissão, reafirmando o espaço do ensino universitário. Com o propósito de alcançar maior representatividade na esfera política, foi criado em 1934 o Sindicato Odontológico Brasileiro, com sede no Rio de Janeiro. Esse Sindicato, "preocupado com a eleição de deputados que representassem a categoria, propunha a fundação de sindicatos odontológicos em todo o país" (Pace, 2001, p.61). Na seqüência desse movimento, o Sindicato dos Odontologistas de São Paulo seria fundado em março de 1937.

Em meio aos esforços de reorganização curricular do ensino superior no país, sintonizados com a inquietude em relação às aspirações nos campos da ciência e do desenvolvimento tecnológico, criou-se em 1934 a Universidade de São Paulo (USP). No contexto de exigências das elites paulistanas, marcadas pela reafirmação da autonomia do estado diante da intervenção federal, a instalação da USP representou um marco histórico e um salto qualitativo nos rumos do ensino odontológico, então centrado nas ciências básicas, nas humanidades e no desenvolvimento da pesquisa.

Norteados pela literatura pedagógica americana e por teorias elaboradas por diversos autores europeus, os pioneiros da Escola Nova buscaram superar as limitações da antiga tradição educacional de origem jesuítica e cunho enciclopédico, de influência francesa, no esforço de tornar o incipiente sistema educacional consistente com o novo contexto de desenvolvimento. Essas diretrizes, apoiadas nas idéias progressistas, embasariam a configuração do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), criado em 1938 (Moreira, 2003).

A crise do capitalismo, na primeira metade do século XX, culminaria com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e resultaria numa revisão do sistema produtivo e dos valores políticos e socioculturais das sociedades ditas ocidentais, sob a bandeira da democracia e dos valores de uma cultura de participação, ratificada pela aprovação da Carta de 1946. No plano político, em meio às manifestações de esgotamento do modelo de substituição de importações, a Constituição de 1946 ressalta o papel do Estado como agente de desenvolvimento, atuando, no plano do ensino, como "legislador das diretrizes e bases da educação nacional, cuja Lei seria aprovada, posteriormente, em 1961" (Zotti, 2004, p.95).

As novas disposições impulsionariam o movimento de expansão do ensino público em São Paulo, com a criação de institutos isolados de ensino superior, mantidos pelo governo do estado, que incorporaram as faculdades privadas de odontologia. Tais institutos seriam posteriormente incorporados, nas décadas seguintes, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

Diante do alvoroço do fim da guerra, vislumbrou-se no país a possibilidade de desenvolvimento de uma política de ciência e tecnologia (Motoyama, 2002). Em 1951 criou-se o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e, um ano depois, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), como organismo regulador do ensino superior, particularmente relevante no que tange à implantação dos cursos de mestrado e doutorado nos anos seguintes, com o objetivo de promover pesquisa para a modernização do país.

A criação da Associação Brasileira do Ensino em Odontologia (Abeno), em 1956, marca uma fase importante para o ensino odontológico, uma vez que, graças à interação com a Capes e a convênios entre Brasil e Estados Unidos, mais adiante, a entidade viabilizaria a formação de mestres e doutores (Carvalho, 1994).

No âmbito dos cursos de graduação, a lei 4.024, de 1961, fixou o currículo mínimo do curso de odontologia. Com base no parecer 299/62, o Conselho Federal de Educação (CFE) traçou o perfil do cirurgião-dentista (dentista geral, policlínico, destinado à coletividade) e estabeleceu o novo currículo dividindo-o nos ciclos básico e profissional, cada um com duração de dois anos (Fernandes Neto, s.d.), o que coincidia com as recomendações do Dental Educational Council (Gies, 1926, p.118). O novo currículo, acima mencionado, foi aprovado em 16 de novembro de 1962.

A nova proposta curricular sustentava-se, de um lado, nas idéias desenvolvidas pelo Inep, basicamente ancoradas no pensamento progressista de dois autores americanos, Dewey e Kilpatric. Influentes no cenário educacional brasileiro até o início da década de 1960, Dewey e Kilpatric preconizavam o desenvolvimento do espírito científico num ambiente democrático de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, criadas as agências de fomento, a implantação da pesquisa no ensino superior passou a constituir o desafio a ser superado.

A reforma universitária

Em termos de qualidade da prática profissional no país, os avanços colocaram a odontologia em um patamar diferenciado no plano internacional, tendo sido a década de 1960, segundo Aldrovandi (1965, citado em Carvalho, 1994), marcada por grandes conquistas por parte da categoria odontológica, com a instituição, em 1964, do Conselho Federal de Odontologia e dos conselhos regionais (Pace, 2001).

O golpe militar de 1964, anunciando a remodelação da ordem industrial de produção, alimentada pela ideologia do nacionalismo desenvolvimentista, impulsionou transformações substanciais em todo o panorama político, ideológico e educacional do país (Moreira, 2003). Como a educação era vista como importante recurso para o desenvolvimento, diversos programas de assistência educacional visando à modernização do ensino foram planejados e implementados em nosso país, contando com apoio internacional, entre eles a United States Agency for International Development (Usaid), Ford Foundation, Fulbright Foundation, Organização dos Estados Americanos (OEA), Banco Mundial e Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID). Nesse movimento inscreve-se o treinamento de educadores brasileiros no exterior, constituindo as bases para o desenvolvimento da pesquisa no país (Moreira, 2003).

Para Antonio Moreira (2003), a tendência tecnicista da formação profissional passou a prevalecer, em sintonia com o discurso de eficiência e modernização adotado pelos militares, embora o sistema educacional dos anos 60 não tivesse absorvido inteiramente essa ideologia. A preocupação principal era com a eficiência do processo pedagógico, "indispensável ao treinamento do capital humano do país" (p.83). O estudo do currículo passou a ter "uma abordagem direcionada para o como fazer", sendo grande parte das discussões direcionada para a elaboração de grades curriculares, norteadas pela legislação (Santos, Oliveira, 2002). A propósito, Moreira (2003) defende que o empréstimo de modelos curriculares americanos trouxe implícita uma mistura freqüentemente inconsistente de idéias progressistas e tecnicistas, combinadas segundo as novas circunstâncias do país.

O movimento em curso diluía não só a ênfase às demandas sociais da tendência progressista, mas também as intenções emancipatórias das orientações críticas, incompatíveis com a doutrina da segurança nacional que passou a orientar as decisões governamentais. No plano acadêmico, movimentos discordantes das políticas nacionais acabam demarcando um período conturbado de reivindicações, que culminaria na Reforma Universitária de 1968.

Segundo Saviani (2003), a Reforma Universitária respondeu às aspirações da academia ao proclamar a indissociabilidade entre ensino e pesquisa, abolir a cátedra, instituir o regime universitário como forma preferencial de organização do ensino superior e consagrar a autonomia universitária, cujas características e atribuições foram então definidas e especificadas. A instituição do regime de créditos, da matrícula por disciplina, dos cursos de curta duração e da organização e racionalização da estrutura de funcionamento veio responder à demanda de grupos que buscavam vincular mais fortemente o ensino superior aos mecanismos do mercado e ao projeto político de modernização.

Foi em tal contexto que multiplicaram-se as instituições de ensino superior, algumas das quais implantaram com seriedade o 'espírito universitário' reivindicado pela academia, embora outras muitas não tenham assumido tal compromisso, em razão da compatibilização dos recursos disponíveis com os princípios que as re-giam. Esses desdobramentos geraram protestos, datando dessa época a formação de grupos de estudo para elaboração de uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ao lado do empenho na preparação de pesquisadores.

Antônio Moreira Couceiro, presidente do CNPq de 1964 a 1970, endossava os interesses acadêmicos e empenhou-se em elaborar um plano, com intensa participação de pesquisadores brasileiros, com o objetivo de abrir, em 1968, vagas para cursos de mestrado e doutorado ou formação no exterior, quando não houvesse curso equivalente no país. Couceiro acreditava que somente pela pós-graduação seria possível remodelar o ensino em ciências nas universidades brasileiras (Motoyama, 2002).

A introdução dos cursos de pós-graduação provocou um incremento da pesquisa em odontologia, embora o percentual de pesquisadores fosse relativamente pequeno em relação a outras áreas das ciências da saúde e biológicas, segundo os relatórios sobre ciência e tecnologia do país nos anos 90 (Carvalho, 2001).

A produção científica se circunscrevia, basicamente, aos cursos de pós-graduação, com incentivos para a iniciação científica dos graduandos. Tendo em vista a indissociabilidade entre ensino e pesquisa, entendeu-se que caberia à universidade proporcionar o ensino de excelência, principalmente pelo fortalecimento do corpo docente, visando à formação do professor-pesquisador pelos cursos de pós-graduação stricto sensu.

A adição das disciplinas de ciências sociais (sociologia, antropologia e psicologia), estudos de problemas brasileiros e metodologia científica ao currículo mínimo, além de atividades extramuros, significou um avanço na aproximação da universidade com a realidade social brasileira e a pesquisa, mas permaneceu a tendência ao ensino acadêmico, voltado para a formação técnico-profissional, sem alterar-se a estrutura curricular, o que ocorreria somente com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

A pesquisa associada à sofisticação tecnológica se institucionalizava no reduto da pós-graduação stricto sensu. O distanciamento entre os cursos – pós-graduação e graduação – não só no âmbito da odontologia, mas nos cursos universitários em geral, acabaria conduzindo, entretanto, a um novo movimento de inflexão no sentido da expansão da atividade de pesquisa na graduação.

Propostas de alterações curriculares

No processo de redemocratização do país e sob a égide da Constituição de 1988 – que estabeleceu a saúde, assim como a educação, "um direito do cidadão e um dever do Estado" –, consolidou-se a Reforma Sanitária que culminaria com a institucionalização do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo Cohn (2005), em nome do projeto de desenvolvimento nacional das décadas de 1960 e 1970, instituiu-se um sistema de proteção social sem maiores preocupações com a universalização do acesso. A partir dos anos 80, no bojo da redemocratização – quando saúde e educação passam a ser entendidas não como meio, mas como o fim do desenvolvimento – e em meio às dificuldades de implantação do processo de descentralização, ganham força a mobilização da sociedade e a idéia de universalidade do acesso aos bens essenciais para a condição de cidadão.

O movimento de crítica à Reforma Universitária, particularmente em relação à expansão do ensino privado, atualiza o debate acerca do 'espírito universitário'. Em meio à disputa por recursos financeiros associados à instalação da pós-graduação e à implementação da pesquisa, induz, entre outras medidas, a consideração do processo de avaliação institucional. Paralelamente às exigências no âmbito do trabalho, envolvendo novo perfil profissional perante a dinâmica da sociedade do conhecimento e da informação, potencializa-se o paradigma construtivista relativo ao processo de ensino-aprendizagem (Araujo, 2004). Ganha destaque a participação ativa do aluno, desde a graduação, no sentido de desenvolver a atitude de pesquisa e de autonomia crítica, tornando-se o professor um mediador. A despeito das controvérsias sempre presentes, tais proposições ganham abertura na institucionalização da LDB 9394/96 que, de acordo com Ceccon (2000, p.353), "estabelece as principais normas de estruturação do ensino brasileiro".

A nova LDB extingue os currículos mínimos e institui as Diretrizes Curriculares (Brasil, 4 mar. 2002) para os cursos de gradua-ção em geral e para a odontologia em particular, apontando para um quadro de mudanças que envolvem posturas teórico-meto-dológicas de ensino-aprendizagem com reflexo sobre a organização curricular. Diante dos constrangimentos institucionais e das dificuldades de implementação da lei, mas garantida a flexibilidade de sua execução, as faculdades buscam, mesmo que de forma discreta, projetos pedagógicos voltados para a formação de um profissional mais engajado com a ciência e com os problemas sociais.

Esse processo suscita o repensar sobre o ensino acadêmico e atualiza o caráter estratégico do planejamento curricular na intermediação de espaços de abrangência e de interesses diversos, no âmbito da política universitária. O currículo formal, mesmo não abarcando a complexidade da realidade processual, adquire fundamental relevância para que ocorram reformulações intencionais. O currículo sintônico com a pesquisa para o curso odontológico demandaria uma profunda reestruturação das faculdades brasileiras, de modo a:

– definir uma política de pesquisa institucional já para a graduação, garantindo condições para sua implementação;

– incentivar e preparar o corpo docente para a realização de pesquisa e de suas articulações com o ensino;

– estabelecer um projeto interdisciplinar capaz de garantir a vinculação da pesquisa ao ensino;

– flexibilizar a grade curricular, tendo em vista um ensino centrado no aluno;

– utilizar cenários de aprendizagem que insiram o aluno no atendimento odontológico em diferentes contextos sociais, rompendo com a divisão entre ciclo básico e profissionalizante.

A implementação de processos dessa ordem na graduação envolve transformações profundas, constituindo um desafio a ser equacionado em âmbito institucional – o que coloca em evidência a preocupação com a viabilidade e o alcance de incorporação de reformulações curriculares. Levando em conta as adaptações possíveis, no sentido de fazer valer a lei, propõe-se um leque de alternativas que abrangem desde a introdução da instrução científica até a organização curricular norteada pela pesquisa como princípio educativo.



Considerações finais

A pesquisa vinculada ao conhecimento científico emerge, no país, com o ensino universitário. Na odontologia, em particular, surge com a criação dos cursos superiores, paralelamente à organização da profissão. Articulada pelas associações representativas da categoria, configura-se, ao lado da afirmação de um campo de conhecimento, a defesa do monopólio da atuação profissional.

Esse movimento – aqui focalizado entre a virada do século XIX para o XX e o período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial – configura a institucionalização de um currículo mínimo, composto pelos ciclos básico e profissionalizante, que subsidiam a prática profissional fundamentada na formação tecnológica, cientificamente consubstanciada. No contexto desenvolvimentista que se segue, norteado por uma política de ciência e tecnologia em estruturação, instala-se a Reforma Universitária, que implantou, com base na pós-graduação, a disposição da produção de conhecimento científico no país. Com certa defasagem no tempo delineou-se finalmente a preocupação com a instrução científica no âmbito da graduação, sem alteração da estrutura curricular estabelecida.

A ampliação da rede do ensino superior, entre a Reforma Universitária e as vésperas da virada do século, não incorporou, em toda a sua extensão, a pós-graduação e o correspondente investimento em pesquisa institucional; tampouco as instituições privilegiam o espaço da instrução científica na graduação. À entrada do século XXI, as Diretrizes Curriculares, ao lado das propostas de ampliação de acesso, recomendam novas proposições de ensino-aprendizagem, junto à valorização da pesquisa e da responsabilidade social. Afirmando a flexibilidade da organização do currículo, as novas propostas preconizam reformulações curriculares que, em consonância com novas abordagens pedagógicas, ressaltem, para além da instrução científica, a consideração do ensino pela pesquisa.

Considerando os esforços realizados para a implantação da pesquisa científica nas universidades brasileiras, propõe-se o desafio de viabilizar as novas propostas, levando em conta o legado da incompletude de sua instalação e o risco de não contemplar, efetivamente, a integralidade da formação científica no espaço da graduação.



REFERÊNCIAS

Atos normativos

Brasil 4 mar. 2002 Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em odontologia. Diário Oficial da União, , Brasília, Seção 1. [ Links

http://naeg.prg.usp.br/infousp/usp/estatuto.phtml

Didática e Currículo

1) Como vimos didática é a arte ou técnica de ensinar, mas ensinar é uma ação que está relacionada aos processos histórico-sociais e culturais; Refletindo sobre a didática percebemos o quanto é importante para os educadores, o estudo da didática em sua formação.


Para Candau (1999, p.23), didática é o: Conjunto de relação estabelecido nas práticas pedagógicas.

Envolvendo: um fazer, pensar e refletir, tendo como princípio

O delineamento do que se ensina como se ensina e os princípios

Teóricos que fundamentam tais ações.

Sendo assim, a pratica pedagógica precisa ser compreendida, na perspectiva da didática, ou seja, considerando todas a relações que evolvem a relação ensino-aprendizagem, desde o planejamento até a avaliação.

Os processos didáticos são compostos por relações intencionais no campo do ensino-aprendizagem. E seus sujeitos são: Educando e Educador.

Ambos se juntam para realizar mediações necessárias à construção significativa do conhecimento.

Os percursos pessoais, as histórias de vida, as leituras de um mundo que fazem parte das estratégias de comunicação social e de produção do conhecimento dentro e fora da escola.

Se, aproveitar e valorizar essas vivências e experiências no contexto da sala de aula, os educadores podem criar oportunidades de participação coletiva e de construção colaborativa de aprendizagem na configuração dos encontros didáticos.

Conforme os estudos do espanhol Antonio Zabata: os sujeitos têm como desafio contemporâneo construir competências, para uma atuação plural e eficaz nos contextos sociais e produtivos.

A Didática procura explicar os processos educativos considerando que as diferenças individuais podem contribuir para a criação de um ambiente mais rico, construtivo e significativo de aprendizagem.

Segundo, os estudos de Ilma P. Alencastro Veiga (1992): técnicas de ensino podem ser classificadas de varias formas. Podem ser:

• Individualizantes: leitura silenciosa, exposição verbal, estudo de texto...

• Socializantes: seminário, debate, discussão...

• Ecléticas: projetos de investigação, painéis, construção de mapas conceituais...

Assim considerar distintas e ricas possibilidades no processo metodológico de produção e apropriação do conhecimento.

2) – Tanto a organização quanto o planejamento do ensino , são importantes para desenvolver os processos pedagógicos; considerando as concepções históricas-críticas de educação, essa organização ajuda integrar atividades e dispositivos educativos que viabilizam e articulam em diversos tipos de conteúdos que garantem ao educando condições para desenvolver o “aprender a aprender”.

Um dos momentos fundamentais da organização do ensino se revela por meio do processo de planejamento das ações pedagógicas.

O planejamento de ensino nos da oportunidade de reflexão crítica sobre os próprios objetivos da educação e sobre o nosso papel na sociedade.

A organização e planejamento, ambos são importantes para a didática, pois garantem a qualidade dos processos pedagógicos.
Pedagogia em foco segue o link:
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/fundam02.htm


                                                                                                                                                Maria Rozelha R. N. Magno.

                                                                                                                                                Porto Seguro – BA 19/03/2010.

Temas Selecionados de Educação ll

Com base nas aulas estudadas e texto complementares lidos, vi que, as comunidades quilombolas brasileiras foram reconhecidas pelo governo na publicação do Artigo 68, no ADCT, Constituição de 1988, que, ao garantir-lhes a posse de terra, evocou questões socioeconômicas, espaciais, jurídicas e culturais, trazendo a representatividade dos quilombos à sociedade.


Tornando assim importante um novo olhar sobre a inserção do povo negro no sistema escolar, seja como receptor do conhecimento institucionalizado, seja como produtor da construção desse conhecimento. A história do negro, colocada à margem do processo histórico do país, reduz a importância do afrodescendente no processo civilizatório brasileiro.

Na década de 1950, os quilombolas desenvolveram uma estratégia de busca de acesso à educação formal, com imensa dificuldade, devido à localização de escolas em regiões de imigrantes europeus, onde o negro não tinha inserção. A escola deu um novo sentido de comunidade ao grupo.

Nas atividades desenvolvidas, durante o trabalho de campo, com os estudantes e professores da escola, foi possível perceber diferentes elementos a serem enfrentados para alcançar o ensino de qualidade. Entre os elementos importantes estão: a necessidade de relacionar o cotidiano das crianças e adolescentes, associado aos saberes da terra, com o conteúdo curricular proposto; e a importância em valorizar a auto-estima de professores e alunos da escola, associada à necessidade de ampliar a oferta do ensino fundamental e médio na comunidade colombiana.

O processo educacional nos quilombos atualmente é semelhante a outras comunidades isoladas no Brasil. A educação formal coloca-se como um dos elementos mais importantes para que a inclusão seja realmente efetiva, pois, apesar de não atingir toda a população do país, seus resultados têm reflexos no cotidiano e nos hábitos da população brasileira, de diversas formas e em diferentes ambiente sociais.

Como vimos durante os estudos, à educação informal eram transmitidos pelos moradores mais antigos do quilombo, o aprendizado com os mais velhos se dá inclusive no processo de edificação da comunidade, com o conhecimento de ofícios diversos, transmitidos pelos mais velhos aos mais novos: as atividades econômicas, os hábitos, danças e tradições religiosas, etc. - Enquanto a educação formal, precisa ter conhecimento do MEC e seguir uma proposta curricular e definições que nem sempre responde as necessidades e características dos remanescente, dificultando assim o aprendizado.

Machado (1999,p.76) afirma que”[...] todo processo de aprendizagem do homem se dá através de dois fatores: suas vivência e suas simbolizações.

Muitos estudiosos apontam a ausência e distorção da imagem do negro nos livros didáticos..., como descaracterização da sua história, e de seus valores, etc. Visando combater situações como esta, que o movimento negro e demais segmentos sociais vêm desde da década de 70, exigindo mudanças do governo brasileiro, com respeito ao povo negro, em 2003, foi sancionada a lei 10.639 que altera a lei 9394-06 , estabelecendo assim, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Ético – Racionais para o Ensino de História e Cultura Afro- Brasileira e Africana (Brasil, 2004). Estabelecendo assim importantes mudanças nos currículos e práticas escolares.

02 – O Art. 7º da Lei 8069/90, esse contexto fala dos direitos da criança e adolescente, mas a nossa realidade no Brasil é outra completamente diferente, vimos crianças morando em rua, sendo explorada, passando fome, fora da sala de aula,trabalhando. Pesquisas mostram um grande número de menores em situações de risco social e pessoal, apesar desse numero ter baixado nos últimos anos, ainda precisa de muita atenção dos nossos governantes, olhar pelas nossas crianças, e fazer valer a lei citada acima. Como vimos à invisibilidade da desigualdade social é muito grande, a sociedade em geral deve rever valores.

Como professores, pais, amigos, vizinhos, devemos lutar para que na nossa escola, na nossa família, na nossa sociedade, essas crianças tenham os seus diretos respeitados. Devido à realidade do Brasil, de crianças e adolescente em situação de risco, que muitas vezes os professores ficam de pés e mãos atada, por falta de estimulo de muitas instituições.

A baixa auto-estima dos professores leva a um processo complexo e muito negativo, com influência em todos os campos da vida. No ambiente escolar, este aspecto se revela, entre outras formas, pela falta de estímulo de estudantes e professores no processo de ensino-aprendizagem. Os professores não contam com um processo de formação continuada que os oriente em sua ação pedagógica, sobretudo para lidar com a temática das relações étnico-raciais e sociais. Para que esses professores, possam tratar de assuntos referentes às relações étnico-raciais, e grande desigualdades sociais, é necessário que eles trabalhem a sua auto-estima, identificando os seus próprios valores, o que sentem ao viverem em uma sociedade racista, e tão miserável e como elaborar sentimento para enfrentar a discriminação, no meio social.

Estas questões são complexas e difíceis de serem enfrentadas por qualquer pessoa adulta, e para estas crianças e adolescentes torna-se ainda mais difícil.

Nesse processo de ruptura com os principais elementos que constituem a identidade desses estudantes, a saber: família, comunidade e modo de vida tradicional, eles se deparam com um mundo novo e organizado por elementos diferentes dos seus.

Situações como esta ocorrem com jovens que vivem no meio rural em diferentes regiões do Brasil, mas a questão da discriminação racial é um elemento vivenciado mais intensamente pela população negra e também pelos quilombolas e, portanto, deve ser abordado nas escolas, contribuindo assim para a construção de sujeitos sociais críticos e conscientes de sua importância na sociedade.

A educação no Brasil é um fator complexo de ser discutido, em diferentes âmbitos. A questão da diversidade real e efetiva nos enfoques educacionais e curriculares necessita, assim, de uma ampla discussão em diferentes esferas, e nas comunidades quilombolas e com crianças em condições de risco, isso não é diferente.


03- Denominamos como Alternativas as experiências que se constituem como uma opção político- pedagógica de educação democrática, direcionada para a transformação social.

Apoiadas em Mendoza (2001), compreendemos como experiências educacionais alternativas as práticas originadas por iniciativa de famílias, de comunidades, e de instituições que têm projeto pedagógico e político claros, reguladas no respeito e confiança, que ousam/ousaram perseguir um novo paradigma para a relação pedagógica e os conteúdos de ensino, acolhendo e articulando-se á cultura e aos saberes do sujeito em formação e se opuseram ao modelo vigente, caracterizado como vertical e centralizador.

Os seus objetivos eram: ser identificadas, desenvolvidas, principalmente, em organizações de natureza variada (públicas, privadas e do terceiro setor), aparecendo assim, no âmbito escolar e em vários lugares e épocas.

No século xx, na década de 90, a confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT percebeu que é preciso combater a precariedade das condições de trabalho e desemprego em nosso país, causadas, principalmente, pela conjuntura econômico-social mundial. Com isso surgiu o Programa Integrar. Buscando assim criar alternativas de formação e (re) qualificação para o trabalho, bem como para a geração de emprego e renda a exclusão social.

Os principais objetivos do Projeto Integrar são:

• Assegurar a jovens e adultos trabalhadores, excluídos do Sistema Formal de Educação, uma oportunidade educacional apropriada, conjugando formação profissional e certificação, permitindo sua reinserção no sistema produtivo e na sociedade em geral;

• Certificar, em nível de escolaridade correspondente ao definido para o sistema regular de ensino...;

• Assegurar a adultos trabalhadores excluídos do Sistema Formal de Educação, uma oportunidade educacional apropriada...;

• Construir propostas e alternativas metodológicas de ensino, considerando a necessidade de superação da prática de cursos isolados e dispersos...;

• Contribuir na formação da cidadania, capacitando os desempregados para o exercício pleno de seus direitos;

• Capacitar e organizar os desempregados para desenvolver e participar de Projeto de geração de emprego e renda numa perspectiva solidária de desenvolvimento sustentável;

• Romper a dicotomia existente entre o tempo de preparo (formação) e o tempo de fazer (trabalho), realizando, assim, a formação integral do ser humano ao possibilitar, desde já, intervenções mais qualificadas nos múltiplos espaços em que atua...;

• Ressignifi car a relação do adulto trabalhador com os conhecimento sistematizado, articulando-os aos saberes adquirido anteriormente...;

• Contribuir, no âmbito didático-pedagógico, para a constituição de práticas sociais cooperativa s, com vista a instaurar modelos auto-sustentável de geração e organização dos mundos do trabalho.

Percebemos o quanto é amplo os objetivos desse projeto, e como são significativos, mas acredito que todos juntos, um dia o Brasil chega lá.





                                                                                                 Maria Rozelha Rodrigues do n. Magno.
                                                                                                                         Porto Seguro – BA – 2010/25/04

Educação Especial

       A palavra inclusão é defenida no dicionário como a "[...] relação entre dois termos, um dos  quais faz parte ou da compreensão ouda extensão do outro." Bader Sawaia (2001)², estudioso da Psicologia Social, no seu livro Artimanha da Exclusão, apropia-se dessa ideia, estabelecendo uma ligação direta entre inclusão e exclusão. Na perspectiva do autor, não é possivel conhecer o significado de um, sem sem significar também o outro, ou seja, ao falarmos de exclusão estamos descrevendo também o seu contraponto, o conceito de inclusão. Atualmente, à palavra inclusão têm sido agregadas outras expressões que delimitam ou ampliam o seu significado, como por exemplo, "inclusão escolar", "inclusão social", inclusão profissional", entre outras..
    
         A inclusão, portanto, segundo o autor citado, trata de um embaraçado dramas histórico-sociais - a questão dos indios, dos pobres, dos negros, dos deficientes, dos migrantes e muito mais - que radificam as desigualdades existentes na sociedade, permitindo que as regras ditadas por grupos dominantes sejam mantidas, através de de um mecanismo perverso de inclusão. Pela lógica do autor, a exclusão de uns existe para garantir a inclusão de outros. Padrões criados socialmente é que sustentam as ações de exclusão. Infelizmente vivemos numa sociedade exatamente assim como fala esse autor, mas existem lutadores no meio social para que a inclusão seja realmente valorizada sem ter que excluir outros.

Para saber mais sobre inclusão acesse o link abaixo.
 http://www.revistaescola.abril.com.br/inclusão

A Importância da Intervenção Precoce na Gagueira

Reference to the original video: http://www.yotube.com/watch?v=uNa9rX

9 de cada 10 crianças que gaguejam podem ser salvas de ter que suportar o convívio vitalício com a gagueira e de ter sua vida cerceada por esta deficiência. Para isso, a intervenção precoce é fundamental. Ajude a incluir a gagueira na política oficial de saúde do governo para crianças e adolescentes.

Na Inglaterra e no País de Gales, está sendo feita uma reforma dos serviços de atendimento de saúde para crianças e adolescentes com dificuldades de fala, linguagem e comunicação. Um relatório parcial da proposta de reforma, denominada Berco Review, já foi publicado e o relatório final está previsto para julho. Ele pode ser lido nesta página: http://www.dfes.gov.uk/bercowreview

O relatório prévio afirma que a comunicação está no âmago de toda a interação social, que a comunicação é uma habilidade fundamental para a vida e que a comunicação é um direito fundamental do ser humano.
A boa notícia para ingleses e galeses é que o primeiro-ministro do Reino Unido e os secretários de estado da saúde e da educação, além do relator do projeto de reforma, já entenderam a importância da intervenção precoce. Mas, por outro lado, o problema é que os governantes, tanto lá como cá, são muito propensos a gastar o dinheiro dos impostos -- o nosso dinheiro -- apenas em projetos de alta visibilidade e que sejam politicamente rentáveis. Portanto, é preciso perseverança e insistência no trabalho de convencer as autoridades sobre a importância da adoção de tal medida, que poderia tirar a gagueira de sua condição de total orfandade das políticas de saúde pública no Brasil.

Várias pesquisas e trabalhos clínicos bem documentados comprovam a afirmação de que 9 em cada 10 crianças podem ser salvas do convívio vitalício com a gagueira através da intervenção precoce. Se você estiver interessado em ver um resumo das pesquisas relevantes que têm sido feitas na área e os resultados das pesquisas científicas mais atuais sobre gagueira, visite a seção de atualização científica do nosso site.

Se você compreende o que significa viver com gagueira, ou simplesmente sente que alguma coisa tem de ser feita para acabar com a maneira escandalosa como a gagueira e as pessoas que gaguejam têm sido ignoradas até agora em suas necessidades, por favor, ajude-nos a defender junto aos Ministérios da Saúde e Educação no Brasil uma proposta semelhante a esta que está sendo implementada pelo governo do Reino Unido, para a introdução de uma política oficial de intervenção precoce para a gagueira nas escolas brasileiras.

Se você quiser ajuda, informação e orientação sobre o tratamento da gagueira em adultos e crianças, ou quiser contribuir para a continuidade de nosso trabalho filantrópico, por favor contate-nos através do site http://www.gagueira.org.br/

A Importância da Ciência

                                                           CIÊNCIAS HOJE


“O QUE ESTÁ SENDO ENSINADO AOS FUTUROS PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS”

CONHECIMENTO CIÊNTIFICO, SEU ENSINO E APRENDIZAGEM: ATUALIDADE DO CONSTRUTIVISMO, QUEIROZ, G.R.P. E BARBOSA LIMA, M.C. INSTITUTO DA FISICA – UERJ

GLORIAPE@UERI.BR E BARDOSA@UERI.BR

NO TEXTO, O AUTOR BUSCA O SENTIDO DAS VERDADEIRAS RAÍZES DO CONSTRUTIVISMO, E A IMPORTÂNCIA DO MESMO PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E O ENRIQUECIMENTO CIÊNTIFICO PARA O CONHECIMENTO DA CIÊNCIA. SÃO VÁRIOS OS ESTUDIOSOS E DIVERSOS AS DEFINIÇÕES ACERCA DO CONSTRUTIVISMO, É NA CIÊNCIA QUE O “CONSTRUIR” VIRA OBJETO DE INTERAÇÃO ENTRE O CONCRETO E AS ESPECULAÇÕES DO SER HUMANO QUE SEMPRE BUSCA ALGO NOVO. O AUTOR DEIXA CLARO QUE A PARTIR DESSAS ESPECULAÇÕES E DA INTERAÇÃO COM O MEIO, QUE NEM TODA TESE É ÚNICA E PERMANENTE, TUDO SE REFORMULA. O QUE ESTÁ SENDO ENSINADO AO FUTURO PROFISSIONAL NA AREIA DE CIENCIAS QUAL O SEU CONCEITO, QUE TIPO DE TESE ELE DEFENDE, QUAL A SUA DIDÁTICA E SUA POSTURA EM RELAÇÃO À CIENCIA DO CONSTRUTIVISMO, COMO ESSES ALUNOS ESTÁ SENDO ESTIMULADA PARA O MERCADO DE TRABALHO. ESSA É UMA DAS PROCUPAÇÕES EM RELAÇÃO OU FUTURO PROFISSIONAL NA ÁREA SE ESTÁ ESTIMULANDO A CAPACIDADE DO ALUNO AO ENSINO APRENDIZADO, O DEIXANDO COLOCAR O SEU LADO CRÍTICO E RESPEITANDO O SEU PONTO DE VISTA EM RELAÇÃO À CIENCIAS.

PODEMOS OBSERVAR QUE OS PROFISSIONAIS NA ÁREA DE CIÊNCIAS TENDE CADA DIA MAIS A SE ENQUADRAR NAS EXIGÊNCIAS DIDATICAS E METODOLOGICAS PARA O ENSINO E APRENDIZADO DOS ALUNOS E DELE PRÓPRIO, ESTANDO SEMPRE BEM ATUALIZADOS MEDIANTE AS MUDANÇAS CONSTANTES NA ÁREA DE CIÊNCIAS DECORREENTE DAS INUMERAS DESCOBERTAS CIÊNTIFICAS QUE ACONTECEM A TODO E QUAL QUER MOMENTO, TORNANDO-SE PESQUISADORES CONSTRUTIVISTAS E FORMANDO PESSOAS CAPAZES DE FORMULAR SUAS PRÓPRIAS OPINIÔES AOS CONTEÚDOS LANÇADOS POR ELES, RESPEITANTO O CONHECIMENTO E A BAGAGEM DE CADA UM. O ALUNO DE CIÊNCIAS DE HOJE NÃO PODE SE BASEAR SÓ NO SEU APRENDIZADO ACADÊMICO, MAIS NO CONHECIMENTO TRAZIDO PELO ALUNO TORNANDO-SE MATERIAL DE PESQUISA, A CIÊNCIA É CADA VEZ MAIS UMA COLEÇÃO DE LEIS, FATOS E ACONTECIMENTOS QUE A MENTE HUMANA CRIA E COMPROVA, BASEANDO-SE NO CENSO COMUM, COMPROVADO COM A TESE CIÊNTIFICAMENTE COMPROVADA.

DANIELA MENDES, ACADÊMICA DO CURSO DE PEDAGOGIA, 3º SEMESTRE- UNIFACS, PROFESSORA DO FUNDAMENTAL I, PELA ESCOLA ADÃO GRAÇA DE OLIVEIRA – PORTO SEGURO- BA.